Hospital de Cirurgia Plástica
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27 de agosto de 2015

Desmitificando a anestesia

Há tempos, a anestesia deixou de estar envolta de um manto de mistério e de medo para passar a ser uma especialidade médica responsável e muito segura. Mesmo assim, o desconhecimento ainda assombra pacientes e familiares daqueles que serão submetidos a um procedimento anestésico-cirúrgico.

Várias vezes, ouço o comentário: “Eu não tenho medo de cirurgia, mas tenho muito medo da anestesia”. Escrevo hoje com o objetivo de esclarecer e desmitificar a anestesia. Como qualquer outro procedimento na área médica, existem riscos mas eles podem ser diminuídos ao máximo. Em várias situações, existe um temor desnecessário e, por muitas vezes, infundado.

Saiba mais – dúvidas comuns:

1 – O que é anestesiologia?
É uma especialidade médica que reúne ciência, arte, conhecimento, atualização contínua. Consiste em evitar dor de um paciente que será operado, também cuida da vida dele durante a operação.

2 – Quem é o anestesista?
É um médico formado por uma faculdade de medicina. Após esse estudo, passou anos em período integral, se especializando para cuidar do paciente cirúrgico. Atua também no tratamento de dores, sedações para tratamentos diagnósticos e unidades de terapia intensiva.

3 – Anestesia tem risco ?
Toda anestesia tem risco proporcional à condição clínica do paciente, tempo e porte da cirurgia. Doenças como hipertensão, diabetes, distúrbios pulmonares, alcoolismo, tabagismo, uso de drogas influenciam também no risco. Eles são mínimos se as condições clínicas forem favoráveis.

4 – Existe possibilidade de prever um choque anafilático ?
Não, qualquer medicação pode desencadear reação alérgica. O choque anafilático é um tipo de reação alérgica rara e que não significa morte. Se o paciente for atendido prontamente, há sucesso em grande parte dos casos.

5 – Tenho medo da anestesia geral, é verdade que posso dormir e não acordar ?
Com a constante observação do paciente e com novos medicamentos a anestesia geral permite um sono tranquilo e despertar suave. Exceto se houver alguma complicação inesperada.

6 – Posso sentir dor, acordar e não conseguir avisar durante uma anestesia geral ?
Isso ficou muito na memória daqueles que assistiram ao firma “Awake” “A vida por um fio” mas houve a evolução da anestesia e do monitoramento contínuo pelo profissional.

7 – Posso levantar a cabeça após tomar uma raqui ?
Sim. A cefaleia pós-raqui é uma complicação benigna que ocorre em 1 a 2% dos pacientes. Tem relação direta com o calibre da agulha. Ela é mais comum em pacientes obstétricos e adultos jovens. Levantar a cabeça não altera a incidência do aparecimento da cefaleia. Pode-se usar travesseiro, sentar, etc.

8 – Tomei a raqui há 30 anos para ter bebê e hoje tenho dor nas costas. Posso ficar paralítica após uma raqui ou peridural?
Não, a coluna é apenas um parâmetro anatômico para aplicar a anestesia. As dores nas costas futuras geralmente são decorrentes do envelhecimento, ganho de peso, sedentarismo, hérnias, e outras doenças. Não se fica paralítico tomando raquianestesia se exames de coagulação estiverem normais.

9 – Tomei anestesia geral e, ao acordar, tive dor de garganta. Isso é normal?
Sim, apesar de baixa incidência e de ser um sintoma passageiro, isso é normal.

10 – É verdade que a anestesia geral é mais perigosa?
Não, cada anestesia tem sua indicação, e cada paciente, sua particularidade. Anestesia segura é aquela bem indicada e bem realizada.

11 – É verdade que o paciente, quando toma uma sedação, conta seguidos?
Não, durante as duas grandes guerras mundiais, os alemães tentaram confissões na base de medicamentos. Não eram confissões, e sim alucinações que os remédios causavam. Hoje os medicamentos evoluíram, o que realmente é comum é a amnésia de conversas tidas com familiares ou com os profissionais.

12 – Tomei anestesia e acordei tremendo de firo, isso é normal?
Primeiro, tenho que esclarecer que a sala de cirurgia, por normas técnicas, deve manter temperatura em torno de 24º C. A exposição corporal, soros não aquecidos, ausência de mantas térmicas ou colchões térmicos ajudam na perda do calor. A parcela da anestesia que contribui para essa perda de calor é baixa. Infelizmente, não é uma realidade brasileira a compra desses equipamentos para prevenção do frio no prós-operatório.

Tipos de Anestesia:

Local

Aplicada diretamente na área a ser operada. Pode ser associada a uma sedação para dar mais conforto ao paciente.

Sedação

É feito um medicamento que acalma, induz ao sono e produz amnésia temporária

Peridural e Raqui

Aplicada nas costas, adormece tronco, abdome e membros inferiores. Geralmente é associada a sedação para conforto do paciente.

Geral

É a ausência de sensações e também da função dos movimentos. Aplicada na veia ou por via pulmonar mantendo o paciente profundamente adormecido.

Finalizando, gostaria de expor as principais complicações pós-operatórias: náuseas, vômitos, tremores e dor. Mas são facilmente tratáveis.

O anestesista, além de impedir a dor, vai ser o guardião da sua VIDA dentro da sala de cirurgia; CONFIE NELE

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