Essa pergunta pode ser respondida facilmente por várias pessoas que têm uma visão amedrontadora sobre o assunto. O medo é algo que está presente conosco desde que nascemos, podemos até tratá-lo como algo instintivo e natural que funciona como um conjunto de reações do corpo frente a uma situação de perigo.
Psicologicamente falando, o medo é definido como toda e qualquer sensação fisiológica que prepara o corpo para uma situação de risco, inclusive quando falamos especificamente de risco à vida. Sudorese nas mãos, batimento cardíaco acelerado e alguns outros fatores variáveis, que normalmente aparecem em situações concretas e reais, são sintomas do medo e podem ser vistos comumente.
Em relação a cirurgia plástica, o medo não opera de forma diferente e para entendermos melhor como essa sensação e os procedimentos cirúrgicos se relacionam vamos responder a algumas perguntas.
Onde começa o medo?
Podemos ver na prática, que o medo é algo de berço. Um bebezinho, ao ouvir um som muito estridente, a reação será chorar, porque o conjunto de sensações que definem o medo estará passando por ele fazendo-o sentir o sobressalto e o alarme do que é o medo.
Sendo assim, o medo de cirurgia plástica pode ser algo normal, mas se gerar um desconforto além do normal na pessoa, proporcionando reações físicas e psicológicas que podem impedir o bem-estar, é preciso ver se a saúde mental não está em risco por conta desse medo. Ter o medo natural e instintivo é ok, mas todo exagero é maléfico à saúde.
O mal dos medos exagerados
Existe então uma transição do medo natural para o medo de coisas que são estimuladas em nós com o tempo e experiência. Esse outro modo de medo é considerado patológico e não toma base apenas na realidade dos riscos apresentados, o que faz com que não tenha causa objetiva.
Ou seja, esse medo pode ser apenas uma atribuição que o indivíduo faz de maneira inconsciente à alguma experiência ruim ou simplesmente ao nada.
Em níveis mais elevados, o medo é considerado um distúrbio e se manifesta de algumas maneiras:
Como Fobia: Relacionada à animais, altura, água, etc.
Como Fobia Social: Quando se trata de pavor de falar em público, que é o exemplo mais popular.
Como Ataques de Pânico: O indivíduo fica suscetível à sintomas físicos repentinos que têm duração estendida e não consegue identificar ou associar aquilo que o ameaça.
A relação “informação x medo”
Já falamos que os medos podem ser adquiridos de acordo com as experiências negativas, mas há ainda um agravante: Informações erradas. Nunca estivemos tão imergidos na era da tecnologia e com o acesso que temos a diversos conteúdos ficamos mais suscetíveis de acreditar em meias verdades no mundo online.
Um fato é que, a informação pode ser útil para fazer perder o medo ou para intensificá-lo. Se você procura por depoimentos de pessoas que fizeram cirurgia antes e analisa suas críticas ou satisfações, deve levar em consideração todo o conjunto de fatores que inclui desde saber quem era o médico cirurgião, se é membro da SBCP e até o comportamento pós-cirúrgico da paciente.
Quem tem medo de cirurgia plástica?
Sequelas, arrependimento, frustração da expectativa e até mesmo a morte, esses são constantes pensamentos na cabeça de quem quer fazer uma cirurgia plástica, mas tem medo. E não à toa esse tipo de preocupação existe, pois realmente há um certo risco em todo procedimento cirúrgico.
Porém é possível equilibrar as coisas na cabeça de todo paciente através de diálogo com o médico, com outros pacientes, com um psicólogo.
Desaprendendo o medo de cirurgia plástica
Se levarmos uma arma de fogo até uma tribo indígena que nunca teve contato com esse tipo de material, provavelmente isso será um elemento neutro para eles e não irão ter medo até descobrirem do que é capaz esse objeto. Mas a partir do momento em que eles se sentirem ameaçados por uma arma de fogo, logo o medo vai ser presente.
Esse exemplo serve para mostrar que às vezes o medo não está apenas atrelado ao desconhecido, na verdade, quando falamos da relação medo x desconhecimento, não estamos falando exatamente de medo e sim de ansiedade. Mas quando nos tornamos parte de uma experiência que é, de certa forma, traumática, aí sim os medos são desenvolvidos.
O medo pode ser aprendido, como no exemplo da arma de fogo, e por essa razão é que também pode ser desaprendido. Deixamos alguns medos da infância para trás e adquirirmos outros no decorrer da vida. Essas situações ocorrem com frequência e nos provam que é possível perder o medo de cirurgia plástica, caso a pessoa queira perder esse medo.
Vale a pena manter o medo?
O que precisamos avaliar é se esse medo vale a pena ser vencido, ou seja, se você realmente quer se sentir melhor com seu corpo por meio de cirurgia plástica. Se a resposta for sim, você pode dar o primeiro passo conversando com seu médico cirurgião e tirar todas as dúvidas sobre o procedimento, estabelecendo uma relação de cumplicidade entre médico e paciente.
Outro ponto que é importante dizer é que, o medo é vencido de dentro pra fora, não adianta ninguém querer tirar seu medo se você não quiser perdê-lo. A cirurgia plástica é uma aliada para levantar a auto-estima e melhorar a estética, às vezes um detalhe e por vezes essencial para algumas pessoas.
Perder o medo de cirurgia plástica pode parecer tarefa difícil, mas se ela se mostra útil ao seu bem-estar, permita-se livrar desse medo e conseguir ficar de bem consigo mesma.